A velocidade em que as coisas estão acontecendo, tem deixado a vida sobrecarregada, ao ponto desse peso se tornar insuportável. A intensidade das informações que são empurradas para o nosso cérebro está deixando-o sobrecarregado. E já não há indivíduos que passem por ilhas dessa avalanche. Essa velocidade e quantidade de tarefas, deveres e obrigações indevidas e desproporcionais geradas um distanciamento da conexão humana com o Divino. E o resultado são almas doridas e desvalidas, que tem buscado paz, serenidade e equilíbrio em lugares inválidos de saciar essa sede que o corroe. E a consequência disso tudo tem sido morte, inutilidade e “morte”.
Grande parte da população, de alguma forma, alcançou a era da rádio, e a pilha, aquela rádio de celular do tamanho das grandes TVs de hoje. Essa era uma fonte de informação e entretenimento. Tudo de distância chagava pelas ondas sonoras do rádio. Porém a exposição dessa fonte era limitada por poucas frequências sonoras disponíveis, predominantemente amplitudes moduladas (AM) o que permitia acesso a um pequeno número de emissoras que estavam disponíveis e realizadas, as vezes uma única, em virtude das dimensões territoriais, e a longas distâncias dos grandes centros, sedes dessas emissoras. Às vezes, com milhares de quilômetros de distância. O tempo empegado nos oficiais do campo, período da história em que nossa população era majoritariamente rural, como carregar água, quebrar lenha, lavar roupa na fonte, cuidar dos animais, da mão de obra etc. Essa era limitada e altamente controlada, com horários e dias definidos para se ouvir o rádio, por conta do preço e das dificuldades de compra relativas às distâncias entre a zona rural e algum povoado, corrutela ou cidade. Com isso a entrada de informação e entretenimento se torna rica e prazerosa. Porém o mundo sofreu uma explosão tecnológica, com benefícios e malefícios, numa velocidade vertiginosa. Aquilo que não era possível nem nas imaginações das mentes mais férteis, tornou-se realidade nas mãos do “Zé, e da Calixta” da rádio. Alguém poderia prever a possibilidade de ser um deus! Pois é possível estar “onipresente” numa reunião virtual ao vivo com pessoas de qualquer lugar da terra, online.
Uma quantidade de redes sociais e outros meios de conexão são bombardeados pela mente humana. Todos possuem um smartphone. E já existem mais desses controladores que humanos na terra. E por ter um driver ao nosso lado estamos soterrados com avalanches de conteúdos que nada tem a ver, ou que precisamos deles. Mas recebemos e acabamos sufocados, estressando nosso cérebro, levando-o ao esgotamento. E recebemos tudo de forma graciosa, parece que somos importantes, seres elevados, interagidos, mas na verdade estamos implodindo o nosso cérebro. Já não há sobrevivente, do recém-nascido ao mais profundo ancião. Imagine que a pouco tempo andávamos quilômetros, línguas a pé, de cavalo, carroça de burro e de bicicleta. E num salto caímos em cima da moto, do carro e do avião. E hoje já somos comprimidos como sardinhas dentro das latas pelas ruas e avenidas das menores cidades do país. Nas capitais e cidades metropolitanas já é impossível trafegar. Estacionar é uma missão quase impossível, salvo os estacionamentos particulares. São mudanças que ocorrem muito rapidamente. Ainda que sejamos seres antropológicos-sociais adaptativos, precisamos de tempo geracional para que isso ocorra, na transformação ou alteração na gênese, na neuroplasticidade e reflita no comportamento cotidiano. Enquanto isso, nosso psicológico está arrebentado, com uma falsa sensação de estarmos em estado de alegria e entretenimento. Mas na verdade um estado de dor na alma e, autodestruição, nenhum distúrbio do corpo físico como as doenças psicossomáticas que se manifestam de diversas formas e em locais diferentes do corpo humano. O que leva o indivíduo a estar sempre doente peregrinando de clínica em clínica, fazendo bateiras de exames, que nada detectam, tendo diagnósticos diversos, e se dilapidando e intoxicando ainda mais com os remédios e seus efeitos colaterais, sem quase nada solucionarem. Porque o problema é muito além, não é amigo do ser.
A transformação veloz com o intenso volume de diversas formas de informação e conteúdos audiovisuais, somados ao deveres e obrigações, mais o domínio dos controladores smart's, deixou o tempo mais escasso. Ritmado pela batida da rapidez, em que as coisas acontecem, e que sai da gente cada vez mais conexão e celeridade. Isso tem trazido como consequência saturação indevida e desproporcional da mente, corpo e alma humana. Gerando uma desconexão com o Divino, o Espírito, o Eterno. Em nome dessa ilusória, temporária, opressora, doentia e “necessidade de conexão”, smart. As crianças estão expostas desde o ventre, e ao nascer têm suas emoções sequestradas, comprometendo seu desenvolvimento pleno e natural, em nome do entreter! Ao avançar na idade, devido ao entretenimento inteligente, essas crianças dormem à noite avançadas, comprometendo as fases do sono, que são importantes para o desenvolvimento físico, e na construção e fixação das memórias cognitivas e afetivas. São obrigados a acordar cedo, em razão dos deveres educacionais, independente da hora em que foram dormir, quebrando o cumprimento do mínimo necessário de descanso noturno. Então acordem chorosas, indispostas, cansadas psicologicamente pela má noite de sono. Mas é necessário cumprir com as imposições, obrigações. Com o rolar da idade só aumentam suas obrigações, deveres e compromissos e muito mais pressão. E o dominador smart com sua avalanche sempre presente sobrecarregando tudo isso e soterrando a mente com suas avalanches audiovisuais.
O resultado que se percebe sobre tudo isso é um número alarmante de pessoas sobrecarregadas com o peso do fardo da vida. São almas doridas, desiludidas em busca de um socorro que possa lhe proporcionar paz, saúde, serenidade e equilíbrio emocional. Uma corrida frenética pela alegria e a felicidade prometida pelas redes do motorista, inteligente, mas lá não estava. E sim mais do vazio e dor na alma foi o que lhes são fornecidos. Um despertar pela sede, quando se via apenas uma miragem de águas. A prova é que a cada dia as pessoas mais comuns freqüentam os consultórios neurológicos, psiquiátricos, psicológicos e terapêuticos. Os medicamentos ansiolíticos e antidepressivos, dentre outros que tentam debelar as manifestações de doenças que têm origem psicossomática, têm dado um vagabundo na indústria farmacêutica, o que não reverbera na saúde das pessoas, que a cada dia estão mais doentes. Embora com um fármaco aliviante, que dá sobrevida à implosão final de uma vida sofrida. O alto consumo das drogas ilícitas também faz parte dessa busca pelo rompimento do peso da vida e das dores da alma. E não podendo deixar de lado as drogas lícitas e permitidas socialmente, e podem ser propagadas pelos meios de comunicação, e pela musicalidade dominante. O que só tem feito bem aos números dos dominantes do pódio na lista dos mais ricos do Brasil. Mas mesmo essa disposição de modos alternativos não tem sido capaz de saciar a sede, tirar o peso e curar a dor da alma humana. Então muitos decidem passar pela penúltima porta, a do driver farmacológico. Onde alguns sobressaem, um número maior fica, e alguns tornam-se inúteis pela dependência e efeitos colaterais, virando verdadeiros escravos da indústria e da dependência, pois a frase do médico é:
- Você vai levar a vida toda.
E aquele grupo que não consegue aliviar o peso e a dor por todas as formas possíveis, acessíveis e tentadas, percorrem o corredor da última porta.
O caminho de luz para tudo isso poderia ser iniciado com uma existência mais próxima do homem natural, desconectando o máximo possível das futilidades, se conectando com as coisas eternas, divinas e elevadas. Como as reflexões sobre as tomadas de decisões e seus impactos na essência da vida. Uma contemplação interativa com a natureza, o sol, a lua, mar, rios, plantas, flores, núcleos, pássaros e cantos melodiosos. Uma cognição consistente, de que mais vale o anel, que o dedo, o pescoço que o colar, o rosto, que a make, o corpo, que a roupa, o sono que a cama. Essa tomada de consciência poderia abrandar esses fardos pesados, seja qual for o seu, suavizar as dores da alma. Você poderá experimentar uma vida mais plena e harmônica.
Sal. Permita-se. Experimente um caminho alternativo para tudo que você tem vivido. Algo que faz você sentir seu coração pulsar dentro de você. Quando isso acontecer, você encontrará seu caminho iluminado.
Com carinho,
o viajante
